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Município de São Brás de Alportel inaugurou Casa Memória da EN2

A Casa Memória da Estrada Nacional 2 foi inaugurada, este sábado, dia 22 de agosto, pelo secretário de Estado do Planeamento, José Gomes Mendes, que apadrinhou este novo ex-líbris turístico de São Brás de Alportel.

Localizada no Largo de São Sebastião, justamente no cruzamento entre a maior estrada da região e a maior estrada do país – Estrada Regional 270 e Estrada Nacional 2, que os são-brasenses carinhosamente apelidam de “centro do universo”, a Casa Memória da EN2 nasceu na antiga 8.ª Secção de Conservação das estradas do distrito de Faro, de onde diariamente saiam os cantoneiros para a missão de manutenção da estrada que tem Portugal dentro!

Um local encerrado desde o início dos anos 80, durante 3 décadas e reaberto agora, quase por magia, para desvendar antigos documentos e instrumentos de trabalho que nos segredam a história da EN2, por curvas e contracurvas da saudade.

A abertura da Casa Memória da EN2 ficou ainda marcada pelo hastear da Bandeira da EN2 de Álvaro Rodrigues, filho do antigo cantoneiro, José Rodrigues, que há 80 anos atrás, apenas com 10 anos, foi a primeira pessoa a içar a bandeira neste pequeno edifício a transbordar de história.

Um ponto de chegada ao concelho para os viajantes da EN2 mas ao mesmo tempo um ponto de partida para conhecer melhor o concelho cuja história, cultura e desenvolvimento estão intimamente entrelaçados com esta estrada mítica de Portugal, com 738,5 quilómetros, a maior estrada do País e da Europa, a terceira maior estrada nacional do mundo, logo a seguir à Route 66 dos Estados Unidos da América e à Rota 40 da Argentina.

“Todo o Algarve passava por aqui. As mercadorias, os turistas e as pessoas. São Brás de Alportel cresceu ao longo desta estrada e especialmente neste cruzamento com a maior estrada regional” onde se encontra esta Casa Memória da EN2, explicou o presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, Vitor Guerreiro durante a sua intervenção.

Uma obra concretizada no seio da estratégia municipal de valorização do património e de desenvolvimento turístico e económico que contou com financiamento de fundos comunitários e do Plano Regional de Valorização dos Recursos Endógenos – PADRE.

Um projeto que, conforme recordou a vice-presidente, Marlene Guerreiro, começou a 30 de dezembro de 2014, quando o Município adquiriu este espaço ao Estado Português.

“Procurámos de uma forma simples, preservar os elementos mais relevantes e acima de tudo, prestar o justo tributo às vidas de estrada: aos homens que deram a vida a dar vida a esta estrada: desde canteiros… que trouxeram até nós o tesouro da arte da pedra até aos cantoneiros que ao longo de décadas cuidaram desta estrada e lhe deram alma”, prosseguiu.

Neste novo recanto histórico de São Brás de Alportel, o visitante pode conhecer as ferramentas e entender como era trabalhada e mantida a Estrada Nacional 2 mas também interessantes e até curiosos documentos que dão a conhecer melhor a rota agora com grande interesse turístico e a ligação de norte a sul de Portugal.

“A estrada é bonita! Vem-se aí enroscando pelos montes e pelos rios. Mas é de facto o que acontece sobre a estrada” que segundo o secretário de Estado do Planeamento e padrinho da Casa Memória da EN2, José Gomes Mendes, dá valor e interesse.

Sublinhando que “temos de ser capazes de diversificar”, o secretário de Estado afirmou que um produto turístico como este que é a EN2 potencia a visita a passeios e vilas que não estão no litoral e têm potencial para dinamizar as economias locais e regionais. Potencial que disse reconhecer neste novo e oportuno projeto do Município de São Brás de Alportel.

O “chá do viajante” promete ser outra experiência a não perder tanto para quem quer retemperar energia como para quem quer saborear os sabores da Serra do Caldeirão. Uma receita preparada exclusivamente para este espaço e que promete fazer as delícias de quem o provar!

No final da visita, fica um convite para que cada visitante deixe a sua marca na História da EN2 com mensagens, memórias e fotografias que podem ser colocadas no recanto “Cabide de Memórias” e no “Caderno do Visitante”.

 

Ademar Dias

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